sexta-feira, 22 de abril de 2011

Visita da veterinária Mónica 23/02/2011



Iniciámos o estudo dos animais com a presença da veterinária Mónica.

Visita da mãe do Manuel à nossa sala - 23/02/2011


A mãe do Manuel contou-nos uma bonita história que escreveu.

O NOSSO RIO

Há muito, muito tempo, numa vila do Ribatejo chamada Coruche, apareceu um Rio, que andava numa correria em busca do mar. Sim, porque os rios, andam sempre a correr até mergulharem no mar.
As pessoas da vila ficaram muito contentes com o Rio. Mas havia um problema. O Rio não tinha nome!
Uma tarde, juntaram-se todas as pessoas da vila, à beira do Rio sem nome, para verem se todos juntos conseguiam arranjar um nome para o seu Rio.
- Podia chamar-se Rio Novo! – disseram as senhoras mais velhas.
- Rio de Janeiro! – exclamaram os professores.
- Rio Tinto! – gritaram os homens dos cafés.
- Rio Torto! – disseram os engenheiros.
- Rio Grande! – gritaram as crianças.
- Não, não e não! – ouviu-se de repente uma voz dizer.
Olharam todos para trás, onde estava um senhor de barbas e cabelos brancos, já muito velhinho.
- E não porquê? – perguntou uma senhora.
- Porque não faz sentido! Quer dizer, não pode ser. – respondeu o homem.
- Mas porquê? – perguntaram todos.
E o velhinho, chegando-se à frente começou a explicar:
- Não podemos chamar Novo a um Rio que um dia vai gostar de ser velho. Rio Tinto, também não pode ser, porque o Rio não é sempre da mesma cor, às vezes a água é mais clara, outras vezes é mais turva. Se o nosso Rio é tão lindo e se gostamos tanto dele, pode não parecer direito, mas torto é que ele não é! E já agora vocês querem um Rio só em Janeiro ou querem um rio durante o ano inteiro?
- Sim tem razão, – disse um menino – mas assim continuamos sem nome para lhe chamar!
- Mas eu tenho uma ideia! – disse o velhinho – Ora escutem com atenção: Vocês sabem que este Rio nasceu do casamento de uma Ribeira com um Ribeiro?
Os meninos começaram-se a rir e disseram: - Ah, ah, ah! Os ribeiros não são pessoas, e por isso não se podem casar!
- Podem, podem – disse o velho – e por vezes até têm filhos!
Ficaram todos muito espantados e continuaram em silêncio e com muita atenção a ouvir o que o senhor dizia.
- Uma ribeira chamada RAIA, conheceu um ribeiro chamado SÔR. Assim que se viram, foi amor à primeira vista, começaram a namorar, abraçaram-se e começaram a andar sempre juntos, por este vale adiante.
- Sim, sim, essa história é muito bonita, mas o nosso Rio continua a não ter nome! – protestou um homem lá de trás.
- Isso é o que vocês julgam… - afirmou o velho homem.
Ficaram todos a pensar, no que o velhinho queria dizer. Voltou-se então para as crianças e perguntou:
- Lá em casa, quem é o mais forte?
- É o pai! – gritaram os meninos.
- E o mais cuidadoso? – questionou de novo o velho.
- É a mãe! – exclamaram as meninas.
- Então, aí têm o nome do Rio!
Todos se entreolharam e disseram:
- Mas como?
E o velho homem explicou:
- O ribeiro mais forte, corre com mais força e vai à frente, chega primeiro! É o SÔR! A seguir vem a ribeira, que por ser uma “senhora”, é mais cuidadosa, chega depois, é a RAIA! Ora, se dissermos primeiro SÔR e depois RAIA, muito, muito depressa, dizemos SOR-RAIA! Experimentem lá!
Começaram todos a dizer bem alto:
- SOR-RAIA, SOR-RAIA, SOR-RAIA…
Disseram tão depressa, tão depressa, que quando deram por si, estavam todos a gritar uma palavra só: SORRAIA!

E assim se ficou a chamar o Rio sem nome, que apareceu há muitos anos atrás, naquela bela vila do Ribatejo.